“É preciso mergulhar na mais profunda escuridão para encontrar a luz”.
Essa foi uma das frases que a Dawn Watson usou para introduzir seu Workshop intitulado “Anatomia da Alma”, realizado em Cascavel dia 25 de Fevereiro de 2023, o qual tive o prazer e a honra de participar.
Uma experiência daquelas que você vai embora sentindo-se empoderado, esperançoso, motivado e até transformado (sem exageros).
Foi um encontro com Dawn, com pessoas conhecidas e desconhecidas, mas, sobretudo, um encontro com nossa própria alma.
Talvez a intenção de nós, participantes, não estivesse tão clara quando nos inscrevemos, mas recebemos exatamente o que precisávamos ganhar.
Fomos, em primeiro lugar, porque buscamos ser mais do que já somos.
Fomos porque precisamos alimentar nossa energia e potência vital.
Fomos porque gostaríamos de nos sentir mais conectados com a vida e com o íntimo do nosso ser.
E eu usei a palavra sentir.
Sentir (ênfase mesmo).
Claro, precisamos também entender e compreender a vida e a nós mesmos.
Fugir da ilusão de perfeição e não ignorar o fato de que as dificuldades vêm e voltam para todos nós e a qualquer momento.
Mas a alma sente.
O sentimento é a linguagem da alma.
E o mergulho para alcançá-la, diz Dawn, demanda uma tarefa que, quando não realizada, nos limita à superfície desse vasto oceano.
A tarefa é despirmo-nos de nossas capas, armaduras e máscaras.
Ultrapassarmos a densidade inerente à roupa física de Ser Humano, que nos torna diferentes uns dos outros: branco/negro, pobre/rico, feio/bonito etc.
Cumprida a tarefa, conseguimos ir adiante com profundidade e clareza.
Conseguimos ver que somos mais parecidos do que imaginamos.
Frutos da mesma essência.
Partes de um único todo.
Seres da mesma Natureza.
Essa densidade também carrega nossas sombras, nossas trevas e demônios.
Envergonhados, tentamos esconder tudo isso, dos outros e até de nós mesmos.
Tentamos porque em determinando momento eles rompem as aparências e mostram toda sua capacidade de machucar e ferir.
Todos querem a luz, mas nem todos têm a coragem para enfrentar o medo de se expor a todos os podres que habitam a escuridão.
O problema é que toda dor que eu não curo, eu repito.
Ela sangra cada vez mais e mais forte.
Porém, dor alguma se cura com punição.
É necessário treinar nossa vulnerabilidade.
Não podemos alimentar a culpa ou a vergonha ao nos depararmos com a escuridão.
Ela faz parte de nós, assim como a claridade.
Não somos a escuridão, mas ela está presente dentro de nós.
Na alma, por outro lado, encontramos a leveza, o amor e a sutileza.
Eu sou um ser humano e uma alma em processo de cura.
De acordo com Dawn, as feridas são bênçãos disfarçadas.
Afinal, nada na vida é permanente.
Nenhuma dor é permanente.
Sofremos quando carregamos a dor por mais tempo do que ela precisava ficar conosco.
Ficamos rígidos e apegados a uma dor que veio para ser passageira.
Presos à dor e ao sofrimento, nos distanciamos da nossa alma.
A tristeza vem como um alerta que diz “estou com saudade de casa”, “estou com saudade de mim mesmo, da melhor versão que conheço de mim”.
Quem eu era antes da dor?
Como voltar a ser leve e livre?
O corpo é meu instrumento.
Eu preciso passar por ele como um portal que dá acesso a alma.
Preciso cuidar dele, fazer as pazes com minha imagem, com os meus hábitos e comportamentos relacionados à ele.
Preciso aliviar as tensões físicas, as doenças, as indisposições.
Ser menos severo com os defeitos.
É importante aprender a se amar todos dias.
Incorporar ações e atitudes que não agridam essa densidade, mas que a torne um canal para a última camada.
Assim, aos poucos, recobramos nossa autoconfiança e autoestima.
Ganhamos energia para dar nosso melhor e crescer em qualquer circunstância que a vida nos impuser.
Tenha medo de não estar preparado e não do que poderá vir.
Que você consiga florir em qualquer solo onde a vida vier te plantar.
Que você consiga mudar o ritmo de acordo com o tom que a dança da vida tocar.
De informações estamos cheios, meus caros.
Precisamos sentir.
A transformação vem de dentro para fora.
É nos amando que temos alguma chance de também amarmos os outros.
Essa foi uma pequena amostra do Workshop “Anatomia da Alma”, de Dawn Watson, o que você achou? Gostou? Deixe aqui seu comentário!
Grata pela leitura,
* Tati(ane) Fonseca é amiga da Filosofia, estudante de Mindfulness, Neurociência, Psicologia Positiva e praticante de Yoga
Imagem: Kimon MARITZ. Los Angeles, 2017. Disponível em: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/mQiZnKwGXW0
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