Bolsonarismo de Foz do Iguaçu diminui depois de 4 anos 

PT ampliou a votação e mobilizou o setor educacional, com grande destaque para as instituições de ensino. Ajuda tímida da prefeitura, por sua vez, não apresentou resultados concretos.

A análise dos números feita pelo Foz Digital no resultado do segundo turno das eleições presidenciais do último domingo (30) mostram um recuo da onda de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na cidade. 

Mesmo com os expressivos 66,18% do candidato do PL, frente aos 33,82% de Lula, eleito na contagem nacional dos votos, o resultado eleitoral não se mostra, matematicamente, tão favorável aos apoiadores de Bolsonaro quando comparados aos do segundo turno de 2018, quando a vitória foi com 70,30% dos votos válidos. 

Considerando os números absolutos, Bolsonaro fez neste ano 104.235 votos na cidade, frente aos 99.545 de 2018. Porém, o aumento numérico de 4,71% quando corrigido pelo aumento do número de votantes na cidade, que foi de 8,32%, mostra um recuo de 3,61% no número de eleitores do atual presidente. 

Já o PT, partido do presidente eleito, ampliou percentualmente, numericamente e em valores corrigidos. Saltou de 29,7% para 33,82% dos votos válidos, ou seja, de 42.061 para 53.259 votos, um aumento de 26,62% bruto que, se corrigido pelos mesmos 8,32% de mais eleitores, significa um avanço 18,3%. 

Esse resultado pode ser ainda mais didático quando considerado o volume de propaganda do candidato derrotado, Bolsonaro, distribuído na cidade, bem como as narrativas de aumento nos investimentos em infraestrutura feitos pelo Governo Federal em Foz. Se tais ações de mídia não tivessem acontecido, o tombo do bolsonarismo local poderia ter sido ainda maior. 

Por outro lado, mesmo sem vereadores na Câmara Municipal, o posicionamento insistente do PT local, com candidaturas à prefeitura em 2020 e uma a estadual e duas a federal em 2022, deram trilho para esse crescimento nos números da sigla e fortaleceu o partido para as eleições de 2024 na cidade. 

A participação do governo municipal nas eleições, fazendo campanha “neutra” no primeiro turno, com a candidata oficial em dobradas informais com candidatos dos dois campos antagônicos, e mesmo com uma tímida adesão ao candidato petista no segundo turno, não parece ter contribuído em muito com a melhora dos números de Lula, principalmente porque o eleitorado petista ainda tem ressalvas com o MDB, partido que hoje abriga antigos nomes da esquerda local e foi a sigla utilizada pelo grupo da prefeitura para tentar uma vaga na ALEP. 

Outro fator que pode ter ajudado é a adesão de estudantes e professores da Unila e da Unioeste à campanha de Lula, uma vez que Bolsonaro fez cortes e ataques à educação nos últimos anos e isso, de certa forma, mobilizou as universidades, bem como o Instituto Federal, bem como a aproximação de outros partidos de esquerda, como o PCB e o PSOL. 

Foto: Moskow


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