O que devemos esperar do transporte público de Foz?

Quero começar dizendo que um transporte público adequado precisa atender a cidade. Precisa ser bom e acessível, para que as pessoas usem e queiram utilizar. Para que os empresários possam programar suas escalas e horários sabendo que os funcionários chegarão no horário e que, ao final do expediente, poderão ir para suas casas com segurança e conforto.

Para que estudantes e professores possam organizar suas atividades sem risco de atraso e para que as pessoas possam ir ao médico, a um curso, visitar amigos e parentes ou mesmo fazer um passeio sem passar a humilhação de ficar infinitamente num ponto de ônibus sem poder planejar sua viagem.

Um transporte público alinhado com uma lógica de mobilidade urbana, indutor de desenvolvimento econômico, eficiente e humanizado.

A cidade já sofreu muito com o atual transporte e com as desculpas sobre a “saúde financeira” da operação. É óbvio que o número de passageiros diminuiu e vai diminuir ainda mais se continuar como está, porque na primeira oportunidade de não usar mais o ônibus a pessoa não vai mais utilizar, porque é muito ruim.

Pois bem, na última semana, a Prefeitura criou uma Secretaria Especial para tratar do assunto. Pode ser uma luz? Pode. Torço para dar certo. Porém, isso dependerá da condução da pasta, que já começou sem poder de fiscalizar ou alterar o atual serviço, de sua autonomia e de quanto a cidade e sua mobilidade estarão no foco das decisões.

E se vale um conselho, eis a chave para melhorar o transporte público de Foz do Iguaçu: esquecer a lógica do “tem que se pagar” e entender o serviço como uma política pública de inclusão e de melhoria da qualidade de vida. É preciso colocar as pessoas e a economia no foco das discussões.

Vamos acompanhar e torcer.

*Luiz Henrique Dias é professor, gestor público e mestrando da Unila.


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