Você deve conhecer a P I X A R.
Um estúdio americano de animação.
Os mais chegados, conseguirão visualizar uma luminária surgindo do canto dando pulinhos até esmagar a letra “i”.
Mas você, pobre criatura que não sabe do que estou falando, eu te perdoo (risos).
Peço que imagine apenas uma luminária comum.
Então, nossa consciência é idêntica a ela.
Um foco de luz, mas dentro de um quarto bem grande e escuro.
Este quarto é a mente e a escuridão em volta, o inconsciente.
Aquilo que é, existe antes de ser conhecido.
Só conheço o que já existe, mas nem tudo que existe, eu conheço.
O que eu conheço é a parte do quarto que recebeu a luz da consciência.
E eu só consigo compreender e atuar sobre o que já foi conhecido.
Quanto mais eu conhecer o quarto, portanto, menos refém da escuridão do inconsciente eu sou.
Quais cantos da mente sua consciência tem iluminado recentemente?
Ralph Immich Krampe embarcou nessa investigação e a materializou em um poema.
Te convido a apreciá-lo junto comigo:
Consciência
Escrevo porque há tempo
De escolher a melhor forma
Pra descrever o pensamento
E os sentimentos que traigo adentro.
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Boas brisas são bem-vindas
Já há algum tempo não as via
Travado numa angústia que sentia.
“mens sana in corpore sano” (trad: mente sã num corpo são)
Há 1.000 anos em latim já escreviam
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Ansiedade
Sem proa nem rumo
Galopando descontroladamente
Sempre à frente do seu tempo
Sem atenção no que está fazendo.
Ofuscando os sentidos do presente
Imaginando alguma coisa diferente
Há! Com o poder da mente
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Respiro. Ahhh
Levanto, me alongo, exercito, medito, respiro, agradecido.
O agora é tarefa cotidiana y hay que ser exigentes
Y persistentes con nosotros mismos.
Atento no presente para perceber claramente
O que está em minha frente.
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Dixavando meu pensamento
Extraindo um entendimento
Desses que levam um tempo pra assimilar
Conhecimento de mim
Elementar cuidar de si
Pra poder somar com outro
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Pensamentos e sentimentos são alguns dos objetos que ocupam este quarto.
Depois que você os enxerga, surgem algumas alternativas.
Podemos deixar o objeto ali, mudar ele de lugar, substituir por algum outro, jogar fora, reformar etc.
Vai depender do gosto e do projeto do arquiteto.
Meus parabéns!
Essa leitura acaba de te promover ao cargo de designer de interiores da sua própria casa mental.
Porém, um aviso importante: ao assumir esta função, você perde os finais de semana, os feriados e jamais saberá o que é férias.
E aí, será que vale a pena?
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, talvez te incentive neste caso pois, segundo ele, “nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo“.
Grata pela leitura,
* Tati(ane) Fonseca é amiga da Filosofia, estudante de Mindfulness, Neurociência, Psicologia Positiva e praticante de Yoga
Imagem: David van Dijk. Disponível em: https://unsplash.com/photos/3LTht2nxd34
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