somos animais políticos

“O homem é, naturalmente, um animal político”.

Essa frase foi dita por um filósofo chamado Aristóteles, que viveu por volta de 384 a 322 A.C, em Atenas, na Grécia.
Para entendê-la, precisamos, primeiro, saber qual a definição de homem para Aristóteles.

O homem é um ser que está entre o animal e o divino. 

O homem possui uma alma (psyqué) e essa alma tem apetites/desejos, assim como os animais, mas tem também algo a mais: a razão.

E qual a finalidade do homem que é dotado de racionalidade?

Aristóteles responderia: elevar-se.

Como?

Desenvolvendo virtudes.

Tornar a razão seu principal instrumento para o auto aperfeiçoamento.

A realização do humano será o progredir na direção da sua melhor possibilidade, na realização em si da sua melhor parte, sua alma divina.

Autarkeia, nesse contexto, é uma palavra grega que significa “bastar-se a si mesmo”.

Aristóteles esclarece que o fim para o qual todo ser foi criado é bastar-se a si mesmo.

Essa caminhada aproxima o homem do divino e, por consequência, da felicidade (a eudaimonia, de acordo com a filosofia aristotélica).

E o que tudo isso tem a ver com política?

O homem torna-se ainda mais homem ao integrar-se no coletivo.

Apenas na cidade ele dá conta de alcançar a autarkeia.

A cidade é uma “multidão de cidadãos capaz de bastar a si mesma, e de obter, em geral, tudo que é necessário à sua existência”.

A cidade marca-se pela diversidade: os homens são todos diferentes, e a função própria de cada um, no amplo panorama das trocas entres os indivíduos, permite a realização de todos e a autossuficiência da cidade.

“A vida em comunidade não se resume ao simples viver, mas se dirige ao viver bem”.

É para viver felizes que os homens estabelecem entre si a sociedade civil.

“Apenas em sociedade surge o desafio e a possibilidade da virtude, pondo a felicidade, desde sempre, numa dependência inevitável da relação com o outro”.

Grata pela leitura,

* Tati(ane) Fonseca é amiga da Filosofia, estudante de Mindfulness, Neurociência e Psicologia Positiva e praticante de Yoga.

Referências Bibliográficas

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco – 2. ed. – São Paulo: Forense, 2017. (Fora de série). Tradução de António de Castro Caeiro.

Imagem: Mikhail Nilov. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/alto-falante-megafone-cadeira-de-madeira-8846046/


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