No início de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o mundo assistiu a escalada de tensão entre Estados Unidos e Irã, marcado pelo assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, onde muitos esperaram por uma nova guerra com proporções mundiais. Mas a problemática não teve início em 2020 e a julgar por declarações de diferentes líderes mundiais ainda não teve solução.
Nessa semana, muito do que tem acontecido tem como ponto central o “Plano de Ação Conjunta Global”, o acordo nuclear entre o Irã, a Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Esse acordo foi selado em 2015, fazendo com que o Irã ficasse comprometido em eliminar reservas de urânio enriquecido de que dispunha e passar a enriquecer urânio em proporções menores.
Isso porque o material é utilizado para produção de energia elétrica como fonte nuclear, mas também pode ser utilizado para a produção de bombas e, à época, haviam acusações de que o país trabalhava nessa tarefa.
Mas o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas não foi o único do qual a administração Trump retirou os Estados Unidos. Em 2018 o presidente norte-americano afirmou que o Irã é o principal Estado patrocinador do terrorismo, além de tratar como perigosa a busca iraniana por armas nucleares.
Desde então algumas tensões surgiram em torno deste tema, embora a eclosão de uma Terceira Guerra Mundial não tenha acontecido. Mas com a mudança representada pelo início do governo Joe Biden, alguns dos envolvidos aguardam com apreensão qual será a postura estadunidense frente ao Plano de Ação Conjunta Global.
O Sputnik Brasil destacou na última terça-feira que segundo Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, na administração Trump houve muita gente disposta a usar a saída americana do tratado para provocar o Irã e iniciar outra guerra.
Ainda, afirma que as relações Rússia-Irã não dependerão de “caprichos” estadunidenses.
Já a Conexão Política destaca que Israel ameaça atacar o Irã caso os Estados Unidos retomem o acordo nuclear de 2015 e afrouxem as sanções ao país asiático. A ameaça vem de Tzachi Hanegbi, conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O portal também lembra que o site da campanha de Joe Biden declarava que entraria novamente no acordo, o fortaleceria e estenderia.
Por sua vez, o Monitor do Oriente Médio em publicação também da última terça-feira trata de afirmação de um oficial Sênior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica de que o país asiático tem capacidade de afundar qualquer navio de guerra dos EUA que navegue muito perto de sua costa. O portal também informa que há relatórios que indicam que Joe Biden deve se econtrar no próximo mês com a Agência de Inteligência de Israel para definir condições para a volta estadunidense ao tratado.
A expectativa é de que o governo estadunidense não se sinta pressionado pelas declarações israelenses, ao menos por enquanto, e que retorne brevemente ao tratado. A ideia central é que em troca da segurança de que o Irã não produza bombas nucleares, os demais países relaxem sanções impostas ao país asiático. No entanto, há desconfiança de que o país continue a trabalhar no armamento apesar do acordo. No texto da Conexão Internacional por exemplo, uma fonte israelense cita o exemplo da Coréia do Norte.
