Foz: 2020 ensinou a não fugir das perguntas

* Luiz Henrique Dias

Construímos, ao longo de décadas, uma cidade com potencial para não somente atrair recursos mas também gerar riquezas e garantir qualidade de vida para quem vive aqui.

Mas será que acertamos nas escolhas históricas? Será que diversificamos nossa matriz econômica ou mesmo plantamos a semente dessa diversificação?

Ou será que nossas fichas foram todas colocadas, praticamente, num único setor sem os devidos critérios sociais e de desenvolvimento local e agora nos vemos com uma economia interna pouco dinâmica e regionalmente pouco competitiva, com a infraestrutura concentrada em apenas um “corredor”?

Será que o setor que fomos levados a escolher garantiu a distribuição de renda e a possibilidade de diminuirmos nossa desigualdade social com indicadores sólidos e proporcionais ao vultuoso volume de dinheiro que circula em nossa cidade?

Investimos tempo e dinheiro na consolidação na “indústria” da educação superior, que bem cuidada eleva todos nossos indicadores? E na logística de alto valor agregado, investimos?

Na indústria limpa? Na tecnologia do dia a dia? E como anda nossa responsabilidade com os patrimônios histórico e ambiental?

E como é nossa relação e a de nossa imprensa com Itaipu? Estamos, população ou imprensa, prontos para lutar pela cidade em 2023 quando a cláusula econômica do tratado de Itaipu começar a ser rediscutida? Ou seguimos deslumbrados?

São perguntas que devemos perder o medo de tentar responder e temas que precisamos sim falar abertamente.

A melhor terapia, para mim, é aquela que verbaliza o sintoma, externaliza, desnuda, expõe e nos apodera dele: temos que discutir Foz do Iguaçu sem medo e de forma generosa.


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