Quando Joe Biden somou o número necessário de delegados para ser eleito presidente dos Estados Unidos da América, muitos o reconheceram como vencedor. Desde então, uns mais cedo, outros mais tarde, o felicitaram. Enquanto isso, Donald Trump somou recursos perdidos, e não reconheceu a derrota. Esperneou, recorreu, mas não adiantou. Recontagem após recontagem o resultado se confirmou. Na última segunda-feira, dia 14, o Colégio Eleitoral dos EUA deu a vitória a Joe Biden, que assume a Casa Branca em janeiro.
Na sequência, aconselhado pelo Itamaraty, Jair Bolsonaro felicitou o vencedor, alegando que espera a continuidade das relações que o Brasil tem com o país.
É uma derrota não apenas dos republicanos e não apenas de Donald Trump. É uma derrota do que essa figura representa. É uma derrota também para seus parceiros. Jair Bolsonaro se apoiou durante os últimos anos em uma dita boa relação com Donald, que refletiu em episódios como o Brasil fora da OCDE, o Brasil como destino dos comprimidos de cloroquina inutilizados no tratamento da Covid-19 nos Estados Unidos e outros moinhos de vento que Jair de La Mancha enfrentou.
O que se espera é que em temas sensíveis para as relações com os Estados Unidos, incluindo por exemplo medidas de preservação da Amazônia – como citadas pelo próprio Joe Biden durante a campanha – tenham daqui por diante um tratamento mais ameno.
Se quando o Brasil ficou fora da OCDE ficaram populares listas de reprodução no Spotify com letras de coração partido, me permito aqui apenas uma canção:
O Mundo É Um Moinho (Cartola)
https://www.youtube.com/watch?v=NlTboF_bh2Q
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés.
