* João Cararo
São muitos os processos eleitorais mundo a fora e cada um tem seu impacto no sistema internacional. Há pouco passamos por um processo eleitoral que encheu a política brasileira de caras novas. A maioria de nós também acompanhou cada detalhe das eleições dos Estados Unidos, e muitos acompanharam a sequência de derrotas que Trump sofreu com as recontagens que pediu, além das nomeações que o presidente eleito Joe Biden já encaminhou, com destaque para a equipe de comunicação apenas com mulheres e tendo no radar para os próximos dias a nomeação para as forças armadas que pode ser pela primeira vez de um comandante negro.
Figuras novas por um lado, figurinhas carimbadas de outro. Também tivemos eleições legislativas na Venezuelano último dia 6. O partido de Nicolás Maduro, o PSUV – Partido Socialista Unificado Venezuelano – teve quase 70% dos votos e contará com ampla maioria no legislativo nacional. Como isso aconteceu?
Muitos podem pensar lendo essa frase em fraudes e coisas do tipo. E podem sim ser discutidos vários pontos sobre esse processo eleitoral, mas uma coisa é inquestionável: opiniões à parte, só contam os votos depositados. Foi o que aconteceu. Cerca de um terço da população venezuelana votou no último domingo.
Jornais como a BBC noticiam que o boicote da oposição às eleições devolveu todos os poderes a Maduro. Fato é que a participação popular foi baixa, mas os votantes deram maioria das cadeiras para o partido de Nicolás Maduro, que tinha minoria desde 2015 na casa. Com a nova configuração, são ventiladas aberturas política e econômica, para enfrentar a crise, mas são mantidas as sanções internacionais, bem como dezenas de países continuam não reconhecendo o governo de Nicolás Maduro.
Já em outro portal, o R7 internacional, há a notícia de que Maduro denunciou um novo plano para assassiná-lo – já houveram dezenas – e responsabilizou a Colômbia de Iván Duque. A princípio, o plano seria de matá-lo no dia das eleições. Segundo o texto, a Venezuela investiga a situação.
Enquanto as mudanças da próxima legislatura e as investigações sobre o plano de assassinar o líder venezuelano não avançam, a certeza é de que a calmaria ainda está bem longe da América Latina.
