A cidade de Foz do Iguaçu precisará olhar com atenção para os efeitos da pandemia em sua matriz econômica e em seus indicadores sociais e, assim, planejar melhor o seu futuro.
* Luiz Henrique Dias
Se antes, a percepção de que as médias cidades – faço aqui um recorte pessoal de 200 a 400 mil habitantes – já eram consideradas os novos epicentros de desenvolvimento econômico, no pós pandemia essa tendência vai ganhar mais força e velocidade.
Explico.
Em geral, esses municípios contam com três fatores chave:
1- bônus populacional e de mão de obra pois, em média, a população é jovem ou em idade economicamente ativa
2- espaço físico disponível para expansão urbana, implantação de projetos de infraestrutura e possibilidade de adensamento em áreas centrais
3- mais flexibilidade de movimentos positivos em sua matriz econômica podendo, em muitos casos, se tornar uma área de referência em algum setor ou expertise em menos de uma década
Isso significa que essas cidades – e em especial Foz do Iguaçu, com suas características e singularidades – podem atuar como auto indutoras de desenvolvimento e geradoras de emprego, estimulando um crescimento de populacional ordenado, com a chegada de pessoas de outros lugares atraídas por novos projetos, pela disponibilidade de serviços públicos de saúde e educação e pela incontestável expectativa de melhor qualidade de vida em relação às grandes cidades.
No entanto, tal movimento deve ser planejado e gerido por prefeitos ou prefeitas com visão estratégica de crescimento e desenvolvimento econômico.
Dessa forma, os maiores beneficiados e as maiores beneficiadas serão os moradores e as moradoras, seja pela valorização do empreendedor e da empreendedora local, seja pelo aumento da capacidade de renda e de consumo das pessoa.
Acredito na cidade como uma pequena nação, vivendo em harmonia com o entorno mas valorizando o consumo dos habitantes e a produção interna.
E defendo que os governos municipais devem atuar não somente na gestão do cotidiano mas também na expansão de capacidade da cidade produzir, exportar e prestar serviços, como de turismo e de educação, para trazer riqueza de fora para dentro.
E o resultado desse esforço deve ser a melhoria dos indicadores sociais e econômicos, a poupança (criação de fundos) para tempos difíceis e o contínuo planejamento, amplo, transparente e responsável.
Uma cidade é um organismo e precisa ser viva e cuidada para ter uma vida plena e não adoecer por falta de atenção.

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