Por Bruno Zanette*
No último dia 7 de abril, procurei em uma sacola antiga que ganhei em uma coletiva há muito tempo, algumas das minhas várias credenciais de imprensa que coleciono. Sim, coleciono e guardo com muita lembrança cada credencial que adquiri nas coberturas que fiz pelos veículos de comunicação onde trabalhei.
O objetivo da procura era fazer uma postagem diferente e especial, para celebrar o Dia do Jornalista. Apesar que a cada ano, eu me pergunto se há o que comemorar.
Essa quarentena e necessidade de isolamento social por conta do novo coronavírus, mudou a rotina de todos. Na imprensa não foi diferente. Em uma das profissões onde o contato social é fundamental para se apurar e obter informações, foi preciso se repensar a forma de fazer jornalismo.
Entrevistas nas rádios passaram a ser feitas por telefone, repórteres participam ao vivo de programas de televisão de casa, numa espécie de videoconferência. Se antes o repórter abominava que entrevistado segurasse o microfone, agora é o recomendado nas entrevistas para os canais de televisão, sendo o aparelho higienizado depois.
Mas, de todas as editorias afetadas pela pandemia, certamente a de Esportes foi a que sentiu mais. E três das minhas credencias que estão nessa foto são de eventos esportivos, eventos estes cancelados ou adiados agora, por precaução e orientação da OMS, a Organização Mundial da Saúde.
O mercado de trabalho, que já não estava fácil antes disso tudo acontecer, tende a piorar. No entanto, costumo ser um cara muito otimista e tenho esperanças, quase uma convicção, de que tudo isso logo vai passar e a vida poderá voltar a sua normalidade, desde que tomando os devidos e necessários cuidados.
Pois, assim como devemos repensar e nos reinventar nesta nobre profissão de informar, a vida também deverá ser repensada depois de tudo isso.
Mais do que nunca, não poderemos deixar para depois aquilo que temos a oportunidade de fazer agora, neste exato momento. Afinal de contas, não sabemos como será o amanhã.
*Bruno Zanette é jornalista formado em Foz do Iguaçu e se dedica a falar e escrever sobre esportes desde que nasceu, em 1989. Profissionalmente desde 2008. Também aprecia cultura de um modo geral.

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