luiz henrique dias*
um dos grandes desafios das cidades é equilibrar a balança orçamento/acesso.
explico:
o orçamento público é uma peça complexa e – acreditem – pouco flexível. ao menos de forma macro.
muitos gastos são carimbados, ou seja, com destinação obrigatório, e a parte que realmente pode ser alterada pelos gestores ou mesmo pelo legislativa é pequena.
por isso, esse parte é tão valiosa.
é dela que saem as diretrizes dos governos e é a partir dela que podemos garantir à população excluída do orçamento uma participação cidadã nos gastos da cidade.
mas a população precisa ser ouvida.
se um governo não tenta ir até as pessoas e ouvi-las, fica refém da pressão dos mais poderosos, que usam a imprensa ou mesmo sua influência para pressionar a institucionalidade.
por isso, iniciativas como os orçamentos participativos são importantíssimas.
ouvir a população, escutar suas demandas reais e seus anseios, e explicar o quanto o orçamento é limitado e é preciso definir prioridades, é algo rico para a cidadania e dá menos margens para erros de execução dos gastos e investimentos públicos.
na cidade democrática, orçamento não é uma peça jurídica. ele é um mecanismo de acesso.
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