usar o transporte público é um valor para mim.
onde passo, em qualquer cidade, tento sempre entender a lógica de mobilidade e opto por escolher modais diferentes do carro.
em foz do iguaçu, tento chegar e sair do aeroporto usando a linha que presta o serviço de ônibus. o tempo de espera é razoável, algo tranquilo, o preço é baixo e o serviço é – até certo ponto – rápido. e os veículos têm ar condicionado. também, da casa de meus pais (zona leste da cidade) ao centro da cidade o ônibus tem sido minha primeira opção.
mas é pouco mais demorado e não conta com ar condicionado (ao menos nunca viajei em um com o equipamento nessa linha). nos dois casos, R$ 3,95 a passagem.
agora, comparo com o serviço de aplicativo (uber, 99, etc): R$ 26,00 no primeiro caso e R$ 9,00 no segundo caso. considerando conforto e preço, vale muito a pena pegar o ônibus para vir do (ou ir ao) aeroporto e vale pouco a pena usar o ônibus do bairro (mais demorado e sem ar).
isso explica o porquê as linhas dos bairros estão cada vez mais vazias. concluo então que precisamos melhorar o sistema de transporte que atende os bairros da cidade para atrair mais usuários e garantir a permanência – e o conforto – dos que já usam o serviço.
e, para isso, é preciso subsidiar. sim, colocar dinheiro da cidade para deixar o serviço adequado.
é um interesse comum e, igual investimos em saúde, educação e obras, devemos investir pesado na mobilidade.
sem falar que o sistema precisa ser inclusivo, garantir o direito à mobilidade e à cidade para todos, podendo pagar ou não.
nenhuma cidade do mundo que tenha um transporte moderno e eficiente deixa de subsidiar.
nas cidades democráticas o carro não é uma necessidade mas – apenas – mais uma opção.
* luiz henrique dias
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